30 de jun. de 2019

Era uma vez

Hoje passei por ti, na ruela calada, frente á minha janela. Espreitei-te de soslaio. Mas na esperança que me visses escondida e me sorrisses, então. Não sabendo se ainda queres um sorriso meu em retorno, continuei emudecida a olhar-te, na espera de uma mão aberta e um olhar reconfortante, que nunca mais encontrei em ti. Mas logo senti as horas pesarem-me nos ombros. Era tarde. É sempre tarde quando te encontro. Ou quando nos desencontramos… Olhei-te. Esperei-te. Nada de ti tive em troca. Senão esse teu silêncio dominador que me faz contorcer por dentro e questionar-me se tudo foi um erro que tenho, sem remédio, que olvidar. Hoje passei por ti. Não me viste. Tristemente, calei-me sem saber se me queres calada e, assim, longínqua…